Segundo um vídeo do TikTok, a esponja de loiça deve ser trocada “todas as semanas”, pois “é a coisa mais contaminada da cozinha”. Mas será que é mesmo assim? Como devem ser preservadas as esponjas e quando devem ser deitadas fora?
Com que frequência devem ser substituídas as esponjas da loiça?
A frequência com que deve substituir a esponja da loiça não está especificada. Segundo um especialista em segurança alimentar, a substituição da esponja não descartável depende da frequência com que é utilizada e da forma como esta é conservada, defendendo que é fundamental a sua substituição antes que apresentem sinais de danos e maus odores.
Uma esponja nova deve ser manuseada e guardada com cuidado desde a primeira utilização.
Isto porque as esponjas podem acumular resíduos de alimentos, sujidades e, se permanecerem húmidas, podem desenvolver-se microrganismos.
Nesta situação, as esponjas podem contaminar utensílios, superfícies e loiça, fenómeno conhecido por “contaminação cruzada”, o que pode ter efeitos adversos e dar origem a infeções tóxicas.
De acordo com um documento da Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP) sobre os bons padrões de segurança alimentar, “muitas bactérias, incluindo Salmonella, Clostridium perfringens e Escherichia coli, podem estragar os alimentos, causando as infeções por toxinas acima referidas”.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) refere que as bactérias são microrganismos que se multiplicam rapidamente quando encontram “nutrientes, temperatura, pH, humidade e concentração de oxigénio favoráveis”.
De destacar que os panos e esponjas não descartáveis devem ser devidamente higienizados, desinfetados (por exemplo, com água e lixívia), torcidos e mantidos secos após a sua utilização, de forma a reduzir o risco associado à sua utilização.
Reduzir a quantidade de água nestas esponjas limitará o crescimento dos microrganismos presentes, pois a desinfeção reduzirá a carga microbiana nas esponjas, evitando assim a ocorrência de contaminação cruzada.
Existem duas técnicas de desinfeção habitualmente utilizadas que foram apoiadas pela investigação científica, para além daquela descrita acima.
Um estudo conduzido pela principal agência de investigação interna do Departamento de Agricultura dos EUA, ARS, refere que colocar esponjas de loiça no “micro-ondas durante 1 minuto na potência máxima” ou “na máquina de lavar louça” durante um ciclo completo de lavagem e secagem também pode ajudar a livrar-se dos micróbios.
As esponjas são a única opção?
Segundo especialistas, utilizar panos e esponjas descartáveis é o ideal em termos de segurança alimentar. Ao evitar a maioria dos casos que surgem de contaminação cruzada, isto permite garantir o acesso a alimentos seguros.
Os pincéis são uma alternativa se o objetivo não for comprar esponjas novas. Estudos apresentados mostram que as escovas são mais higiénicas do que as esponjas. Quatro razões são elencadas pelos investigadores para usar escovas em vez de esponjas na lavagem da loiça.
Em primeiro lugar, afirmam que, em comparação com as esponjas, as escovas secam mais rapidamente e existe um menor risco de crescimento/sobrevivência de bactérias como a Salmonella nos pincéis.
Além disso, acrescentam que as mãos nuas não entrarão em contacto com a água, o que permite temperaturas mais elevadas e, portanto, um melhor efeito de limpeza porque as escovas têm cabos.
As mãos não serão, por isso, contaminadas ao utilizar a escova, pois os agentes patogénicos não serão transferidos da escova para as mãos desprotegidas. Este é um perigo claro quando se usam esponjas.
Por último, dizem que é eficaz usar uma máquina de lavar loiça para manter as escovas limpas..
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