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Foto do escritorJoana Wheeler

Portugal sentiu o chão tremer. O que se deve fazer em caso de sismo?

Quando ocorre um sismo, que ações devemos tomar e quais devemos evitar? Perceba o que fazer e como se manter seguro nestas circunstâncias.

 

No fim do passado mês de Agosto, Portugal foi alertado para um sismo com magnitude 5,3, que foi sentido cerca das 5h11 em vários pontos do continente, Espanha, Gibraltar e Marrocos. O epicentro do sismo foi a 60 quilómetros a oeste de Sines, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

 

Embora até à data não tenham existido relatos de vítimas ou danos estruturais causados ​​pelo terramoto de Lisboa, acontecimentos deste tipo realçam a necessidade de uma maior vigilância, uma vez que os cientistas antecipam que sismos adicionais possam ocorrer rotineiramente em Portugal.

 

Como se deve reagir a um sismo?

Embora não haja necessidade de pânico, é uma boa ideia estar vigilante e pronto para agir em caso de sismo, que apanha sempre as pessoas desprevenidas. Mas como se deverá reagir a um terramoto?

 

  • Mantenha-se calmo: Apesar da complexidade da situação, deve manter-se calmo, especialmente se estiver a ajudar jovens e idosos a manter-se em segurança. Em caso de emergência, deve estar sempre presente para os orientar; se viverem consigo, certifique-se de que as portas dos quartos estão destrancadas para facilitar a entrada e, se necessário, a evacuação;

  • Procure abrigo: Em caso de sismo, passe por baixo de uma viga resistente, que o pode proteger de quedas de objetos e derrocadas, ou por uma porta inserida nas paredes estruturais da sua casa, que são as mais espessas. As três ações de “baixar-se, proteger e esperar” são as que têm maior impacto;

  • Encontre abrigo: Se não houver um edifício seguro na área, deve procurar abrigo sob uma mesa de madeira robusta. Mantenha-se afastado de janelas, espelhos, móveis pesados, candeeiros e objetos soltos, pois podem partir ou cair;

  • Afaste-se: Se estiver de carro, afaste-se das praias, encostas instáveis ​​e pontes o mais rapidamente possível, pois podem colapsar ou ser atingidas por um tsunami. Estacionar o carro até que o sismo passe pode ser uma opção mais segura. Além disso, evite paredes, chaminés e varandas;

  • Esteja seguro: Se estiver ao ar livre, encontre um espaço aberto e mantenha-se afastado de estruturas como edifícios, postes de energia e instalações industriais que possam ruir ou resultar em incidentes catastróficos.

 

Certifique-se de que todos os membros da família estão cientes da localização de um extintor, de um maçarico, de um rádio a bateria, de uma caixa de primeiros socorros e de um kit de emergência. A primeira coisa que deve fazer em casa é arrumar todos os itens combustíveis que possam ter caído no chão.

 

Embora existam algumas ações que devem ser evitadas, estes são os comportamentos sugeridos durante um sismo. Comecemos por avançar para locais potencialmente perigosos (como áreas onde os edifícios colapsaram). Deve suprimir o seu interesse e evitar essas áreas.

 

Em vez disso, dirija-se aos locais especificados para as reuniões no plano de emergência comunitário, certificando-se de que as ambulâncias, os bombeiros e a polícia têm acesso a percursos livres para transporte e comunicação.

 

Que ações devemos evitar tomar durante um sismo?

Quando o sismo passar, a primeira coisa a fazer é avaliar a saúde de todos e administrar os primeiros socorros, se necessário. Nestas circunstâncias, não é aconselhável:

 

  • Utilização do elevador: Não é aconselhável utilizar o elevador antes ou logo após o sismo devido à possibilidade significativa de colapso ou bloqueio. É melhor sair dos edifícios pelas escadas;

  • Mantenha-se afastado de móveis pesados, espelhos, portas de vidro e janelas, pois podem cair e provocar ferimentos graves;

  • Correr para o exterior: espere para sair de casa até que o sismo passe para minimizar a hipótese de cair ou ser atingido por detritos que caiam.

  • Pânico: Tente manter a calma; o desespero pode tomar decisões precipitadas que podem colocar a sua vida em perigo.

 

É comum restringir o uso do telemóvel nestas situações assustadoras para manter as linhas livres para os serviços de resgate e emergência. Caso a sua ligação WiFi ou rede móvel esteja estável, pode utilizar plataformas de redes sociais como o Instagram ou o WhatsApp ou enviar SMS.

 

Além disso, tem de restringir a utilização do carro e deslocar-se apenas aos locais indicados no Plano de Proteção Civil para evitar atrapalhar as viaturas de socorro. Se o sismo causou grandes danos, deve esperar até que sejam considerado seguro antes de regressar às estruturas danificadas ou às regiões onde existe o risco de colapso.

 

Como se pode preparar para um terramoto na Madeira, nos Açores ou no continente português?

Embora tenham ocorrido sismos noutras partes de Portugal que deixaram todos nervosos, este é o maior a atingir Portugal continental desde 1969. Por exemplo, desde o terramoto de 7 de março de 2020, que mediu 5,3 na escala de Richter, ou mesmo após o sismo de 16 de fevereiro de 2022, que foi registado com uma magnitude de 5,2, a Madeira tem merecido uma atenção redobrada.

 

Considerando a frequência com que ocorrem os sismos, é fundamental conhecer a classificação sísmica do concelho onde reside. Para saber os regulamentos que devem ser adotados contacte o 112, a Proteção Civil ou as autoridades locais. Uma vez que estes sistemas podem sofrer danos durante um sismo, é também fundamental compreender onde estão localizados os contadores de gás, água e eletricidade e como desligá-los. É aconselhável fechar os contadores de energia todos os dias ao sair de casa.

 

Estará a dar uma contribuição valiosa para a gestão adequada de um potencial cenário de emergência, como um sismo, ao seguir estas instruções.

 

Acontecimento sísmico de 1755: o momento em que Lisboa caiu

Para além do que dizem os livros de História sobre o dia 1 de Novembro de 1755, que marcou tragicamente a história de Portugal, não há memória corporal. Lisboa foi abalada por um forte terramoto que deixou uma destruição inimaginável.


A cidade, que na altura era uma das mais importantes de toda a Europa, ficou reduzida a escombros. Chamas em grande escala e um tsunami que inundou as terras baixas seguiram-se ao terramoto. Esta tragédia não só custou milhares de vidas, como desencadeou uma grave crise social e económica.

 

No entanto, acabaram por chegar tempos mais calmos e Lisboa foi alvo de uma remodelação significativa que incluiu um desenho urbano totalmente novo. Artérias largas e perpendiculares substituíram as ruas estreitas e sinuosas, facilitando a movimentação e a fuga em caso de novos desastres. A zona conhecida como Baixa Pombalina ganhou destaque como modelo de planeamento urbano da época, incluindo estruturas mais fortes e mais altas construídas em conformidade com as novas normas de segurança.

 

Inspiração global, a cidade nasceu das ruínas com um olhar futurista, deixando um legado duradouro que ainda é visível quando se visita a capital do país.

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